Nos processos que envolvem menores, especialmente na esfera do direito de família, a realização de um estudo social é essencial quando os genitores não chegam a um consenso sobre a criação e educação do menor. Este estudo é de extrema importância para que promotores, juízes e advogados possam apurar a real situação da criança no ambiente doméstico, adotando uma abordagem cuidadosa, respeitosa e delicada.
Frequentemente, as aparências, falas e ações dos genitores não refletem a realidade vivida pelas crianças dentro de seus lares. Psicólogas forenses, ou psicólogas particulares contratadas pelos pais, utilizam-se de métodos lúdicos, como conversas, desenhos, fantoches, brincadeiras e histórias, para detectar a verdadeira situação das crianças, incluindo casos de alienação parental. Em um ambiente adequado e controlado, com profissionais habilitados, os menores se sentem mais confortáveis para expressar o que realmente estão vivenciando.
Em ambientes domésticos, as crianças muitas vezes sentem culpa, acreditando que a dor dos genitores pode ser causada por elas, seja em casos de divórcio, disputas de guarda ou até abuso físico ou psicológico. Conduzir um processo envolvendo menores apenas com relatos e testemunhas, sem um estudo psicológico abrangente tanto do menor quanto dos genitores e, se possível, de outras pessoas envolvidas, compromete a busca pelo bem-estar e pela justiça para os menores.
É fundamental que, em processos envolvendo menores, adotemos uma perspectiva menos jurídica e mais humana, pois eles são a parte mais vulnerável do processo e carregam as consequências para toda a vida, especialmente quando o judiciário erroneamente lhes impõe experiências adversas.